Mais de um bilhão. Esse é o número de pessoas que vão ter diabetes até 2050, segundo novas estimativas da revista científica Lancet, divulgadas no final de junho.
O “CNN Sinais Vitais”, com Dr. Roberto Kalil, vai mostrar como é a vida e a rotina dos pacientes diagnosticados com a doença, que provoca 1,5 milhão de mortes por ano, no episódio “Diabetes sob controle”, que vai ao ar neste sábado (15).
Desde o surgimento da insulina, há mais de cem anos, os medicamentos e pesquisas avançaram muito.
“Antes de 1921, quem tinha diabetes tipo 1 tinha por volta de 8 meses de sobrevida”, afirma a endocrinologista e diretora da Associação Diabetes Brasil, dra. Denise Franco.
Carmem Wills, aposentada de 90 anos e uma das pessoas com o diagnóstico mais antigo de diabetes no Brasil, é exemplo de como é possível viver bem com a doença.
Ela descobriu o diabetes tipo 1 em 1950, quando percebeu sintomas de apetite descontrolado, muita sede e desidratação. Na época, só havia um tipo de insulina, a insulina rápida, aplicada antes de cada refeição. Depois, veio a básica, chamada de NPH, feita do pâncreas de porco.
“A seringa era de vidro, eu tinha que ferver cada vez que usava e a agulha era grande, então as injeções não eram assim tão suaves. A gente também não tinha como controlar a insulina, tinha que recolher a urina em um tubo de ensaio, jogar um reagente, ferver, para ver a cor que ficava”.
Segundo o Dr. Domingos Malerbi, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, “as coisas mais modernas em tratamento do diabetes tipo 2 são medicamentos que não só reduzem a glicose, mas protegem o rim e o coração dos efeitos da hiperglicemia”.
“As insulinas hoje são muito melhores do que as que havia há 50 anos. A forma de administrar a insulina também mudou, antigamente eram seringas de vidro, com agulha de metal, hoje você tem canetas muito modernas, muito fáceis de manipular”, acrescentou.
Desde 2019, o SUS disponibiliza as canetas de insulina, que têm aplicação fácil e praticamente indolor.
Outro tratamento que tem mostrado excelentes resultados é a terapia com células-tronco.
“É com muita satisfação que nosso grupo é pioneiro no mundo no uso de células-tronco em humanos com diabetes. Eu me lembro quando a gente começou com os resultados, se falava em cura, não é cura, eu adoraria falar que é cura, mas sem dúvida é uma maneira mais fácil de cuidar do diabetes”, afirma Dr. Carlos Eduardo Barra Couri, endocrinologista e pesquisador da USP de Ribeirão Preto.
O Dr. Renato Silveira, que hoje é médico, foi o quinto paciente a fazer o tratamento experimental de transplante de medula para tratamento de diabetes tipo 1. Ele passou 11 anos e meio sem uso de insulina.
O Brasil é o quinto país com maior incidência de diabetes, atrás da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. São quase 17 milhões de diabéticos, e os números seguem subindo.
“Daí a importância de fazer campanha de detecção que pode ser muito fácil, inclusive através da mídia, com perguntinhas muito simples: você é gordinho ou gordinha? Tem mais 45 anos? Tem diabetes na família? Você é mulher e teve bebê pesando 4 quilos ou mais? Você pode ter diabetes e não saber, procure fazer uma dosagem de glicose no sangue”, explica o Dr. Antônio Roberto Chacra, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês.
Vale lembrar que o diabetes pode ser prevenido e controlado com alimentação saudável e a prática de atividade física.
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O “CNN Sinais Vitais”, com Dr. Roberto Kalil, vai ao ar no sábado, 15 de julho, às 18h, na CNN Brasil.
(Publicado por Marina Toledo)
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