A Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos semelhante à Anvisa, aprovou nesta quinta-feira (13) a pílula anticoncepcional Opill para estar disponível sem receita – o primeiro medicamento contraceptivo de “venda livre” nos EUA.
“A aprovação de hoje marca a primeira vez que um contraceptivo oral diário sem receita será uma opção disponível para milhões de pessoas nos Estados Unidos”, disse a Dra. Patrizia Cavazzoni, diretora do Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA, em um comunicado.
“Quando usado de acordo com as instruções, a contracepção oral diária é segura e espera-se que seja mais eficaz do que os métodos anticoncepcionais sem receita atualmente disponíveis na prevenção da gravidez indesejada”, acrescentou.
A Opill é uma “minipílula” que usa apenas o hormônio progesterona.
Seu fabricante, Perrigo, chamou a ação da FDA de um “marco” e um “salto gigantesco para o empoderamento das mulheres” em um comunicado.
Ele disse que a empresa está comprometida em tornar a pílula “acessível e econômica para mulheres e pessoas de todas as idades”.
“A aprovação de hoje é uma expansão inovadora para a saúde da mulher nos EUA e um marco significativo para atender a uma necessidade não atendida de acesso a anticoncepcionais”, disse Frederique Welgryn, vice-presidente global de saúde da mulher da Perrigo.
Não está claro quando o Opill estará disponível nas lojas. A FDA diz que cabe a Perrigo determinar o cronograma e o preço do medicamento.
A agência tem enfrentado pressão para permitir que o Opill seja vendido sem receita por parte de legisladores e também de prestadores de serviços de saúde.
Em uma declaração nesta quinta, a agência abordou o aumento do acesso reprodutivo para mulheres e adolescentes.
“A disponibilidade sem receita da Opill pode reduzir as barreiras de acesso ao permitir que os indivíduos obtenham um anticoncepcional oral sem a necessidade de consultar primeiro um profissional de saúde. Quase metade das 6,1 milhões de gestações nos EUA a cada ano não são intencionais.”
“Gravidezes indesejadas têm sido associadas a resultados maternos e perinatais negativos, incluindo probabilidade reduzida de receber cuidados pré-natais precoces e aumento do risco de parto prematuro, com resultados neonatais, de desenvolvimento e saúde infantil adversos associados. A disponibilidade de Opill sem receita médica pode ajudar a reduzir o número de gestações indesejadas e seus potenciais impactos negativos”, disse o FDA no comunicado.
Vídeo – Agência dos EUA permite que pílulas abortivas sejam vendidas em farmácias
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Um estudo recente mostrou que ficou mais difícil para as mulheres acessar serviços de saúde reprodutiva de forma mais ampla – como exames de rotina e controle de natalidade – nos últimos anos.
Cerca de 45% das mulheres enfrentaram pelo menos uma barreira aos serviços de saúde reprodutiva em 2021, um aumento de 10% em relação a 2017. Quase 19% relataram pelo menos três barreiras em 2021, acima dos 16% em 2017.
Um grupo de conselheiros do FDA recomendou em maio que o Opill fosse aprovado para uso sem receita.
A medicação deve ser tomada à mesma hora todos os dias para ser eficaz. A pílula não deve ser tomada por quem tem, ou já teve, câncer de mama, alerta o FDA.
Alguns efeitos colaterais comumente experimentados durante o uso de Opill são “sangramento irregular, dores de cabeça, tontura, náusea, aumento do apetite, dor abdominal, cólicas ou inchaço”, de acordo com a agência.
Fonte: CNN