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Estilo de vida moderno prejudica saúde mental, diz Mario Sergio Cortella

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Existem cerca de 350 milhões de pessoas com depressão no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Só no Brasil, são 11 milhões de pessoas convivendo com a doença, o que faz o país ser o primeiro no ranking de incidência de depressão na América Latina.

A situação é ainda mais delicada em países de baixa e média renda, onde 80% das pessoas com transtornos mentais não recebe tratamento adequado. O assunto é tema do “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” desta semana, que será exibido no sábado (2) e recebe o psiquiatra Wagner Gattaz, professor da USP, e o filósofo Mario Sergio Cortella.

Falar sobre saúde mental é fundamental, especialmente depois da pandemia de Covid-19 que, para Gattaz, piorou o cenário de depressão no Brasil e no mundo.

“Estatisticamente nós fizemos em 2012, bem antes da pandemia, um estudo epidemiológico representativo aqui no estado de São Paulo. Nós encontramos que num espaço de 12 meses, 20% da população, quer dizer, um a cada cinco, vão apresentar sintomas de ansiedade. Sintomas de depressão ocorrem em 12%”, compartilha.

Ainda de acordo com o psiquiatra, houve um aumento de cerca de 25% nos casos de ansiedade e depressão após a pandemia. Muito disso pode estar relacionado às incertezas sobre o vírus e vacinação, além do alto número de casos e óbitos que ocorreram na época.

Os entrevistados são unânimes em dizer que é preciso cada vez mais falar sobre esse tema com o intuito de salvar vidas. “A depressão é a causa mais frequente do suicídio. Cerca de 80% das pessoas que se suicidam têm um quadro depressivo”, diz Gattaz.

Como diferenciar tristeza e depressão?

É fundamental saber diferenciar o que é a tristeza, uma emoção natural do ser humano, da depressão, uma doença que deve ser tratada. “Uma pessoa triste pode ficar acabrunhada, pode ficar aquietada, mas ela retoma seu estado depois. A tristeza é um componente da nossa existência. Tal como a felicidade, ninguém é triste o tempo todo, nem feliz o tempo todo”, explica Margio Sergio Cortella.

Já a depressão pode incluir outros sintomas mais profundos e, muitas vezes, incapacitantes. “A depressão não é só a tristeza. Muitas vezes a depressão ocorre com um fenômeno chamado anedonia, que é a diminuição da capacidade de sentir prazer. A pessoa não está triste, mas ela diz ‘eu não consigo sentir, eu estou anestesiado por dentro”, explica Gattaz.

Para Cortella, o estilo de vida moderno e ocidentalizado traz consequências diretas na saúde mental. “Há um adoecimento no nosso cotidiano, pelo nosso modo de convivência”, diz ele, referindo-se também à tecnologia e às redes sociais.

“Há a obsessão do consumo, a ‘consumolatria’, essa adoração o tempo todo por você ter que ter coisas, porque é isso que vai te dar alegria e, portanto, gera frustração”, completa.

Para Gattaz, apesar de a tecnologia poder agravar quadros depressivos, ela não é a única responsável. O psiquiatra explica que componentes genéticos também influenciam para o surgimento de transtornos mentais.

“Quando a pessoa tem, por exemplo, um familiar de primeiro grau com uma depressão, o risco aumenta em cerca de 15 vezes para ela ter também uma depressão. Como tudo, né? Nós somos fruto da interação dos nossos genes, com o meio ambiente”, completa.

O “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” vai ao ar no sábado, 02 de março, às 19h30, na CNN Brasil.

Fonte: CNN

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