De acordo com informações da equipe de pesquisa Pristine Inner Galaxy Survey (PIGS), cientistas detectaram novas populações de antigas estrelas raras que se formaram no início da Via Láctea. As observações apontam que as estrelas estão girando lentamente em torno do centro galáctico interno da nossa galáxia e surgiram alguns bilhões de anos após o Big Bang.
Segundo a análise dos cientistas, as estrelas ‘viveram’ quase todas as suas vidas no centro da Via Láctea e, possivelmente, passaram por uma formação estelar turbulenta. A composição delas é principalmente formada por hidrogênio e hélio, inclusive, os pesquisadores apontam que elas também possuem um teor de metal menor em comparação com taxas de estrelas mais jovens, como o Sol.
Os pesquisadores buscaram as estrelas no halo de baixa densidade que está ao redor da nossa galáxia e, normalmente, é uma área que não apresenta poeira espacial. Apesar disso, foi desafiador encontrar as estrelas nesta região da Via Láctea, pois a visão para o centro é comumente bloqueada por grandes quantidades de poeira interestelar das regiões que estão no campo de visão dos telescópios.
A ilustração acima representa as estrelas descobertas; até então, os cientistas haviam coletado poucos dados sobre estrelas antigas e raras da Via Láctea, por isso, eles afirmam que estão animados com a descoberta.Fonte: ESA/Gaia/Amanda J. Smith/Anke Arentsen/Institute of Astronomy/Cambridge
“É emocionante pensar que estamos vendo estrelas que surgiram nas primeiras fases da Via Láctea, anteriormente fora de alcance. Essas estrelas provavelmente se formaram menos de um bilhão de anos após o Big Bang, assim como as relíquias do Universo primitivo”, disse um dos membros da equipe do PIGS, Dr. Anke Arentsen, professor na Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Estrelas raras na Via Láctea
A equipe afirma que utilizou dados coletados por diversos telescópios, mas foi um filtro de imagem do observatório Telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT) que analisou as estrelas antigas. Utilizando dados espectroscópicos do Anglo-Australian Telescope (AAT), eles confirmaram a presença dos objetos estelares raros.
Além disso, os cientistas também utilizaram dados da missão espacial Gaia, um telescópio espacial da Agência Espacial Europeia (ESA). Conforme equipe do PIGS explica, a combinação de todas as informações resultaram em uma das observações mais detalhadas das estrelas localizadas no centro da galáxia.
“Os modelos de formação galáctica sugerem que se espera que as estrelas mais antigas estejam presentes nas densas partes internas da Via Láctea. Encontrá-los nesta região é um desafio, pois nossa linha de visão para o centro da Galáxia é bloqueada por grandes quantidades de poeira interestelar, e estrelas antigas são extremamente raras em comparação com a esmagadora maioria de seus pares mais jovens”, é descrito em comunicado oficial da PIGS.