A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um novo alerta, no último dia 29, sobre a falsificação do medicamento Ozempic, da farmacêutica Novo Nordisk, amplamente utilizado para tratamento de diabetes e, de forma off-label, para emagrecimento.
O alerta surge após a hospitalização de uma mulher em estado grave no Rio de Janeiro, vítima de uma suposta fraude envolvendo o medicamento.
Entenda novo alerta da Anvisa sobre falsificação de Ozempic Wegovy ajuda na regressão de doenças no fígado, diz estudo Advogada acredita que Ozempic precisa de mais restrição na farmácia
Em entrevista à CNN Brasil, a endocrinologista Maria Fernanda Barca esclareceu os riscos associados ao uso de medicamentos falsificados.
O que é o Ozempic e por que está tão popular?
O Ozempic, cujo princípio ativo é a semaglutida, é um medicamento desenvolvido para o tratamento de diabetes tipo 2.
No entanto, ganhou popularidade devido a seus efeitos na perda de peso, levando ao uso off-label generalizado para emagrecimento.
“O Ozempic foi lançado porque eles viram que quando um paciente com diabetes diminuía os níveis glicêmicos, melhorava a média glicêmica, e ele também emagrecia”, explicou Barca.
O medicamento pode levar a uma perda de peso de até 18% em pessoas responsivas, no entanto, o acompanhamento médico é essencial para o sucesso do tratamento.
Riscos da falsificação
A falsificação do Ozempic pode conter substâncias perigosas como ácido bórico, álcool, chumbo ou até mesmo bactérias contaminantes, explica a médica.
“Podem ter substâncias que são poluentes, que fazem mal à saúde, que podem levar a insuficiência cardíaca e insuficiência hepática”, afirma.
Além disso, a maioria das compras suspeitas ocorre pela internet, com 97% das aquisições sendo feitas online. A médica enfatiza que mais de 62% do que é posto no mercado pode não ser o medicamento original.
Embora as autoridades atuem em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e setores policiais para combater as gangues responsáveis por essas falsificações, a médica ressalta que o processo não é simples. Portanto, o consumidor corre o risco de encontrar falsificações.
Desta forma, é fundamental que os pacientes adquiram o medicamento apenas com prescrição médica e em estabelecimentos confiáveis, evitando compras pela internet ou de fontes não autorizadas, recomenda a endocrinologista.
A vigilância e a conscientização são essenciais para prevenir os riscos associados ao uso de medicamentos falsificados.
Como identificar o Ozempic original
A médica alertou sobre as características do produto original. Veja:
A caneta deve ser azul clara;O mostrador deve ser cinza;O botão de aplicação deve ser cinza;A solução deve ser fosca, e não transparente; Comparativo dos detalhes da caneta de Ozempic e da caneta de insulina Fiasp, que tem sido usada em produtos falsificados • Novo Nordisk/Reprodução
Genérico do Ozempic pode chegar ao Brasil em 2026; entenda
Fonte: CNN