Orgasmo: conheça os tipos e veja os benefícios para saúde

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O orgasmo é conhecido como o ponto mais alto de satisfação em uma relação sexual, mas seus efeitos no corpo vão muito além do prazer. Ele leva a uma série de respostas fisiológicas no corpo humano, podendo trazer benefícios diversos para a saúde mental, cardiológica e imunológica. Nesta quarta-feira (31), é comemorado o Dia Mundial do Orgasmo com o objetivo de enaltecer o que o clímax pode trazer de bom para o organismo.

“O orgasmo é uma experiência totalmente fisiológica e muito complexa que tem implicações bem profundas dentro da nossa saúde emocional e psicológica”, afirma a sexóloga Tamara Zanotelli, à CNN. “Durante o orgasmo, temos uma liberação muito poderosa de hormônios neurotransmissores, incluindo a ocitocina, a dopamina, a endorfina e a serotonina. Eles atuam reduzindo diretamente o estresse e, com isso, promovendo o relaxamento e melhorando o nosso humor, aliviando a ansiedade e proporcionando bem-estar”, completa.

Inclusive, segundo a especialista, esse relaxamento profundo, proporcionado pela ocitocina e pela prolactina — que também é liberada durante e após o orgasmo — pode melhorar a qualidade do sono. Uma pesquisa publicada no Sleep and Biological Rhythms observou que a atividade sexual antes de dormir pode melhorar o sono.

Benefícios do orgasmo para a saúde geral

Os benefícios do orgasmo não se limitam apenas ao bem-estar mental. Os efeitos do clímax no corpo beneficiam também outros sistemas do organismo, como o cardiovascular, conforme explica a ginecologista Loreta Canivilo, especialista em reprodução pelo Hospital Sírio Libanês.

“Durante o orgasmo, ocorre o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, o que pode beneficiar a saúde cardiovascular, além de promover a dilatação dos vasos sanguíneos, melhorando a circulação sanguínea”, afirma.

A especialista também explica que, ao atingir o clímax, há um maior relaxamento muscular e estímulo do sistema nervoso parassimpático, podendo intensificar a sensação de relaxamento após o orgasmo. Já no sistema imunológico, o clímax está associado a um aumento na produção de anticorpos, como a imunoglobulina A (IgA), conforme mostrado em um estudo da Wilkes University, podendo ajudar no combate às infecções.

Tudo isso sem contar os efeitos no sistema reprodutivo: “Ocorrem contrações rítmicas dos músculos pélvicos e do útero, ajudando na mobilização dos espermatozoides e facilitando a concepção, além de aumentar a lubrificação vaginal, melhorando o conforto durante a relação sexual”, explica Canivilo.

Tipos de orgasmo

O orgasmo masculino está fortemente relacionado à ejaculação, embora ainda faltem estudos para comprovar se existem outros mecanismos por trás do prazer sexual do homem. Já as mulheres podem usufruir de diferentes tipos de orgasmo. De acordo com Canivilo, são eles:

Orgasmo clitoriano: caracterizado por uma sensação de explosão elétrica localizada e de curta duração;Orgasmo vaginal: descrito como mais profundo, pulsante e estendido, proporcionando uma satisfação psicológica maior devido à sua natureza difusa e duradoura;Orgasmo misto: combina sensações do clitóris e da vagina, resultando em uma experiência intensa e complexa;Orgasmo corporal: envolve o corpo todo, proporcionando uma sensação de liberação total e intensa, mas é mais difícil de ser alcançado;Orgasmo cervical: relacionado à estimulação do colo do útero, sendo mais profundo e intenso;Orgasmo mental: ocorre sem estimulação física e direta, podendo ser alcançado por meio de fantasia ou pensamento intenso.

Segundo um estudo publicado em 2017 no The Journal of Sex and Marital Therapy, aproximadamente 37% das mulheres precisam de estimulação clitoriana para chegar ao orgasmo, em comparação aos 18% das mulheres que gozam apenas com a penetração vaginal.

Fatores que podem dificultar o orgasmo

Uma pesquisa publicada em 2018 na Archives of Sexual Behavior, mulheres heterossexuais relataram chegar ao orgasmo somente em 65% das relações sexuais. Já as mulheres lésbicas relataram que chegam ao clímax em 86% das relações, enquanto as bissexuais, 66% das vezes.

Segundo Zanotelli, um dos fatores que dificultam o orgasmo é a falta de comunicação com o parceiro ou parceira. “Nós sabemos que comunicar suas preferências, desejos e, também, necessidades, aumentam a chance de satisfação. Então, automaticamente, a falta de comunicação é uma das principais questões que dificultam o orgasmo”, afirma a sexóloga.

Mas há outros fatores que podem virar obstáculos para o prazer. A falta de autoconhecimento é um deles e a masturbação pode ser uma forma de driblar o problema. “É importante esse autoconhecimento para conseguirmos realmente chegar ao prazer, porque o orgasmo também é uma questão de estímulo adequado e suficiente na área erógena”, explica.

Questões fisiológicas e mentais também podem atrapalhar. É o caso da fadiga física, que afeta a frequência e a qualidade das relações sexuais, e das infecções vaginais, que podem causar dor e desconforto. A falta de lubrificação também levar ao desconforto durante a relação sexual, tornando-a menos prazerosa, segundo Canivilo.

Existem, ainda, questões de saúde mental que podem atrapalhar. “Sentimentos de vergonha e falta de comunicação sobre necessidades sexuais também são obstáculos, assim como a falta de concentração devido a preocupações pessoais. O medo de gravidez pode interromper precocemente a relação sexual, e a ansiedade relacionada ao desempenho pode dificultar a obtenção do prazer”, exemplifica a ginecologista.

“O medo de intercurso sexual, especialmente no início do casamento, e preocupações com a imagem corporal podem afetar a capacidade de relaxar e desfrutar da relação sexual”, completa.

A menopausa também pode dificultar o orgasmo, apesar de não o impossibilitar de acontecer. Isso acontece porque a queda dos níveis de estrogênio, característica dessa fase, está associada a sintomas como secura vaginal, atrofia urogenital e diminuição da libido.

“Com o passar dos anos e a chegada da menopausa, o orgasmo pode se tornar mais difícil de alcançar devido a fatores hormonais, físicos, psicológicos e sociais. No entanto, exercícios do assoalho pélvico, terapia hormonal e a manutenção de um relacionamento saudável podem ajudar a mitigar esses efeitos e melhorar a função sexual”, afirma Canivilo.

O que fazer para chegar ao orgasmo com mais facilidade?

Por outro lado, existem fatores que podem facilitar o orgasmo. Além da comunicação aberta com o parceiro ou a parceira e do autoconhecimento, é importante reduzir o estresse e promover o relaxamento, o que facilita o conforto e a concentração durante a prática sexual. “A lubrificação adequada, natural ou com lubrificantes, também melhora a experiência sexual, reduzindo o desconforto”, acrescenta Canivilo.

O fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico também pode ajudar a facilitar o orgasmo. “Um assoalho pélvico mais forte leva a uma tendência maior de ter orgasmos mais intensos e mais frequentes, já que esses músculos estão diretamente ligados às contrações orgásmicas”, explica Zanotelli. Inclusive, músculos pélvicos mais fortalecidos podem aumentar o prazer não só para a própria pessoa, mas também para o par.

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Fonte: CNN

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