Em documento enviado ao STF, a PF afirma que o grupo do ministro foi responsável por “suposto desvio ou apropriação e uso indevido de, no mínimo, R$ 835,8 mil”. Uns dirão que é pouco, mas cavalo dado não se olha os dentes.
O dinheiro teria sido usado em obras que beneficiaram suas propriedades ou ido diretamente para o seu bolso, segundo as investigações. Mas não só: em conversas entre ele e o dono da Construservice, Eduardo DP, obtidas pela PF, o então deputado indicou nomes, contas e empresas para quem depósitos deveriam ser feitos. A empresa recebeu emendas via Codevasf.
Os escândalos envolvendo emendas do orçamento e Juscelino já haviam sido reveladas pelo jornal o Estado de S.Paulo, no começo do ano, e as sacanagens da Codevasf pela Folha, no ano passado. A equipe de Lula chegou a tentar costurar um novo nome ou uma nova configuração que atendesse aos interesses do União Brasil e do centrão. O presidente disse que aguardava que o assessor provasse a inocência. O escândalo foi soterrado por outros assuntos, mas não esquecido pela PF, que continuou investigando.
Em março, o jornal O Estado de S.Paulo apontou que ele, além de tudo, ele descumpriu a ordem de desbolsonarização do governo dada por Lula. Trouxe de volta ao ministério nove pessoas que haviam sido demitidas na transição.
O Ministério das Comunicações, por décadas, distribuiu concessões de rádio e TV a políticos, grupos religiosos e empresários não em atendimento ao interesse público, mas às necessidades dos governos de plantão para conquistarem apoio. Isso consolidou um cabresto eletrônico, em que políticos usam esses veículos para se perpetuar no poder e grupos religiosos, para ampliar seu rebanho.
Juscelino mostra que vai seguir usando a pasta para fazer negócios, vide sua agenda com encontros com empresários do setor e políticos do seu estado. Como já disse aqui, segue operando como deputado federal, recebendo gente em busca de emendas, mas agora o que tem para entregar são licenças de comunicação.