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Mas a verdade é que o que realmente prejudica a população são os péssimos serviços prestados pelas empresas privatizadas e a constante precarização dos serviços públicos. Durante a última greve do dia 3 de outubro, quando Tarcísio vangloriava as linhas privatizadas dizendo que mostravam o “caminho certo do governo”, a linha 9 da CPTM apresentou falhas elétricas em mais um dia normal nas linhas privatizadas: em um ano, foram 132 falhas nas linhas operadas pela ViaMobilidade, colocando a população em risco.

Outro exemplo do que realmente prejudica a população se escancarou durante as chuvas em São Paulo, quando milhões de pessoas ficaram dias seguidos sem luz por responsabilidade da privatizada Enel, o que afetou ainda os reservatórios da Sabesp e fez regiões inteiras também ficarem sem água em meio à onda de calor. Inclusive, na coletiva de imprensa Tarcísio comemora que as ações da Sabesp subiram nos últimos dias em um aceno favorável do mercado financeiro à privatização, os mesmos dias em que crianças deixavam de ir à escola ou iam sem banho e com fome depois de 5 dias seguidos sem água, em que a população usou água da chuva para manter o mínimo de higiene dentro de casa.

Quem é corporativo é Tarcísio, ao defender os lucros de seus amigos empresários acima dos interesses dos trabalhadores e da população. Dados do Bilhete Único mostram que dos R$ 7 bilhões arrecadados em 2022, a Via Mobilidade e a Via Quatro, ambas empresas do grupo imperialista francês CCR, receberam R$2 bilhões em repasses para transportar 500 milhões de passageiros. Isto é, ganharam quatro vezes mais verbas que o Metrô e a CPTM, que juntos transportam 1,23 bilhões de passageiros, enquanto receberam apenas R$460 milhões. Por passageiro, as empresas privadas barganharam cerca de 10 vezes mais do que as empresas estatais. Estes dados mostram que o lucro dos empresários é o único interesse que Tarcísio quer garantir, diferente da paralisação dos trabalhadores que defendem um serviço público e de qualidade para toda a população.

3) “A greve é palanque eleitoral da esquerda”

Tarcísio insinua constantemente que haveria um “complô” dos sindicatos, “capturados pela esquerda”, para fazer da greve um palanque eleitoral. Mas quem está tentando se promover é ele mesmo, citando a própria candidatura na entrevista, argumentando que foi eleito em São Paulo para seguir o plano das privatizações.

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Mas a verdade é que em plebiscito realizado por sindicatos e movimentos populares dispostos publicamente, que contou com 897.431 votos coletados em dois meses, 99% dos votos da população foram contra as privatizações, rechaçando a ideia de que Tarcisio tem esse “passe livre eleitoral” para a privatização. Mais uma prova disso é que ontem (27), após a divulgação de nota do Governo de São Paulo no Instagram contra a greve, a grande maioria dos comentários eram favoráveis à paralisação dos trabalhadores contra as privatizações.

Outro exemplo de como Tarcísio tenta se promover politicamente é a repressão brutal que leva a frente, tentando fazer a imagem de “mão de ferro” em consonância com suas marteladas. Desde a greve do dia 03 de outubro, 8 trabalhadores do metrô foram demitidos por perseguição política de Tarcísio em conluio com a justiça. Na greve deste dia 28 continua a intimidação e as ameaças de punições contra quem participar da greve, com a reação despropositada ao deslocar cerca de 4 mil policiais militares para as estações de trens e metrôs, com práticas antissindicais como convocações individuais para comparecer ao trabalho no Metrô e CPTM, com uma multa milionária contra os sindicatos caso não haja cumprimento da absurda determinação da justiça.

A luta contra as privatizações é legítima e em defesa dos interesses da população pelos serviços públicos de qualidade

É urgente o fortalecimento da greve unificada com a auto-organização e a unidade da população com os trabalhadores, tarefa a que as centrais sindicais deveriam colocar todo o seu peso, na contramão de Tarcísio, da justiça e da mídia burguesa que inventam mentiras como estas com medo do que a potente aliança em uma só luta de trabalhadores e população pobre poderia conquistar.

Redação | Esquerda Diário


As opiniões expressas nesse artigo não refletem, necessariamente, a opinião da Diálogos do Sul

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