
Toalhas mornas abraçam meus pés enquanto a terapeuta Hilda faz uma esfoliação vigorosa seguida de reflexologia. A seguir, uma sequência de manobras firmes percorre ombros, costas, cabeça e rosto em movimentos hipnotizantes. Ao longo de uma hora, experimentei um tratamento chamado Detox Digital. Difícil pensar em nome mais apropriado para coroar um fim de semana que foi como uma pequena fuga da realidade.


A escapada perfeita já havia se anunciado logo no check-in do Hotel Immerso: uma taça de espumante na varanda, o mar ali na frente, o vale completamente verde sob os nossos pés. Em poucos minutos, a respiração abranda, o tempo desacelera.


Localizado no alto de um vale entre a Praia dos Coxos e a de São Lourenço, o hotel combina um visual rústico-chique com conforto absoluto: paredes de vidro nos quartos com vista para o mar e o verde, piscina com vista infinita, spa, trilhas e um restaurante de assinatura comandado pelo chef Alexandre Silva, dono de uma estrela Michelin em seu restaurante Loco, em Lisboa.

Foi ali, numa noite fresca de verão, que experimentamos um jantar totalmente dedicado ao atum rabilho, pescado no Algarve e destrinchado ao longo do dia num verdadeiro ritual.

À noite, o peixe apareceu em cinco momentos distintos em texturas e técnicas que respeitam o produto com precisão. Provar aquele menu de receitas criativas ao ar livre, sob o céu estrelado, foi uma experiência tão sensorial quanto saborosa.


O Immerso é o símbolo mais forte do que está acontecendo na Ericeira nos últimos anos. A vila de surfistas e pescadores que antes vivia na sombra do verão português fincou seu pé de vez entre os destinos mais cool do país. Uma nova geração de hotéis, restaurantes e cafés criaram uma cena cosmopolita com sotaque local.

Apesar dos ares mais upscale, a Ericeira continua simples na essência – e o mar continua sendo o maior protagonista. Das praias centrais como a dos Pescadores ou do Sul, até as mais icônicas para o surf, como Ribeira d’Ilhas, Coxos e Foz do Lizandro, o que não falta são bons lugares para estender a toalha ou cair na água (gelada, ou não estariamos no Atlântico português!).

A cena gastronômica também ganhou fôlego novo. Um dos endereços que representa bem essa virada é o Balangan, um restaurante que une pratos de sotaque oriental com técnicas contemporâneas num ambiente despretensioso de frente para o mar.

Mas foi no Costa Fria que terminamos o fim de semana com chave de ouro – e com um pôr do sol que concorre a ser o mais bonito da desta temporada. Comandado por um chef grego que morava no Canadá, o restaurante rapidamente se transformou na esplanada mais disputada da vila. Com mesas viradas para o mar, cozinha aberta, carta de vinhos naturais e pratos para compartilhar, o lugar tem uma energia leve e solar que combina perfeitamente com o entorno. Na mesa: grossas fatias de pão grelhadas com azeite para acompanhar pimentões assados com queijo feta, berinjela defumada com pinholes e romã, lulas grelhadas e, de sobremesa, bolo morno de tâmara com redução de vinho do Porto e caramelo de morrer. Tudo isso enquanto o sol descia no horizonte, dourando o mar e deixando o céu laranja.
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Fonte: Newsletter viagemeturismo.abril.com.br