Parte de usuários de drogas da cracolândia, no centro de São Paulo, migrou da rua dos Protestantes, na região da Santa Ifigênia, para o final da rua Mauá nesta quarta-feira (8).
O novo ponto de concentração fica encostado à Estação da Luz e a poucos metros da rua José Paulino.
Com policiamento na região reforçado com equipes da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana em carros e motos, a tentativa de dispersão, por volta das 21h desta quarta, teve momentos de tensão e viaturas na contramão.
Policiais com armas nas mãos e dependentes químicos andando de um lado para o outro sem rumo eram vistos na noite desta quarta.
Em meio a esse cenário, pedestres tentavam caminhar e carros passavam no trânsito normal pela avenida Duque de Caxias.
Pouco depois, o grupo se concentrou no largo General Osório, em frente a Sala São Paulo, mas acabou voltando para a rua Mauá.
Usuários de drogas também caminharam por várias vias da Santa Ifigênia, acompanhados por policiais civis e militares, e guardas-civis metropolitanos.
Também por volta das 21h, um outro grupo seguida pela avenida Duque de Caxias e pelas ruas dos Andradas e Santa Ifigênia. Antes, eles haviam tentado seguir pela alameda Dino Bueno, mas foram impedidos pela PM.
A rua dos Protestantes acabou limpa por equipes da prefeitura por volta da 20h e estava vazia.
Na noite anterior, em mais um episódio de tumulto na cracolândia, usuários de drogas atearam fogo em sacos de lixo e bloquearam por alguns minutos a avenida Rio Branco.
Policiais militares estiveram no local por volta das 23h e dispersaram o grupo com uso de bombas. Em seguida, os dependentes químicos passaram a caminhar por ruas da Santa Ifigênia e dos Campos Elíseos, dois bairros diretamente afetados pela concentração de traficantes e usuários de drogas.
A sequência de tumultos em novembro começou no dia 1º, quando um dependente químico pediu ajuda a comerciantes após ser atingido por uma bala de borracha no braço.
No mesmo dia, usuários da cracolândia saquearam uma loja especializada em conserto e venda de acessórios para celulares na rua Santa Ifigênia. Foram furtados 20 celulares e um notebook deixados por clientes para conserto, além de máquinas usadas no reparo dos produtos.
Dois outros endereços também registram há pelo menos três meses um crescimento do fluxo de dependentes químicos, segundo relatos de moradores e trabalhadores locais, e acompanhamento da reportagem nesse período.
São eles o final do viaduto Júlio de Mesquita Filho, sob a praça Franklin Roosevelt, até o início do elevado presidente João Goulart (o Minhocão), na Consolação; e o trecho contíguo ao túnel José Roberto Fanganiello Melhem, que liga a avenida Paulista à avenida Rebouças.