A Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, analisa periodicamente as indicações de países ao redor do mundo para incluir novos lugares na sua lista de Patrimônios da Humanidade. A ideia é destacar atrações para reforçar a necessidade de protegê-las para as gerações futuras, devido à sua importância tanto para as comunidades locais quanto para o planeta de modo geral.
Os Patrimônios da Humanidade são divididos em Culturais e Naturais (há ainda uma terceira categoria, os Mistos, que englobam as duas coisas) e, com frequência, reúnem alguns dos pontos mais visitados de um país. Com suas dimensões continentais e uma história riquíssima permeada pelo encontro de uma miríade de povos, o Brasil está repleto de locais listados pela Unesco como dotados de importância singular.
Conheça mais sobre os Patrimônios Naturais espalhados pelo país:
1. Complexo de Conservação da Amazônia Central (AM)

Embora sirva como um lembrete para a importância de preservar a floresta como um todo, a área tombada pela Unesco em 2000 compreende uma faixa limitada de cerca de seis milhões de hectares de parques e reservas contíguas, localizados inteiramente no estado do Amazonas.
Ela é composta pelo Parque Nacional do Jaú, pelo Parque Nacional de Anavilhanas, pela Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã e pela Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. Além de representativo dos ecossistemas dessa região, a área também é berço de muitos animais em risco de extinção.
2. Reservas de Mata Atlântica na Costa do Descobrimento (BA e ES)

A região tombada da Costa do Descobrimento, que tem esse nome por incluir os primeiros lugares avistados e aportados pelos portugueses em 1500, compreende oito áreas de preservação distribuídas entre a Bahia e o Espírito Santo, consideradas de valor excepcional para a ciência e os ecossistemas locais. São 112 mil hectares protegidos, reconhecidos pela Unesco desde 1999.
3. Ilhas Atlânticas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas (PE e RN)

As ilhas são parte do Patrimônio Natural da Humanidade desde 2001, tanto pela biodiversidade encontrada em suas águas quanto no que existe acima do nível do mar – o arquipélago de Fernando de Noronha, por exemplo, tem função essencial para a reprodução das aves marinhas. Não à toa, é preciso pagar uma taxa de preservação ambiental (TPA) para visitar.
Já a Reserva Biológica do Atol das Rocas compreende o único atol do Atlântico Sul, reforçando sua importância ímpar para a natureza dessa parte do mundo. Em função disso, o acesso é ainda mais restrito, e a visitação turística não é permitida – somente expedições com fins científicos podem pleitear autorização.
4. Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal (MT e MS)

Inscrito pela Unesco em 2000, o complexo compreende uma área de mais de 187 mil hectares e é representativo da importância do Pantanal – embora, na prática, a área tombada contemple apenas 1,3% do total desse bioma, considerado o maior sistema inundado contínuo de água doce em todo o planeta.
Além do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense, a área inclui as Reservas Particulares de Proteção Natural de Acurizal, Penha e Dorochê.
5. Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas (GO)

Representativos do Cerrado, os dois parques nacionais tombados desde 2001 compreendem juntos uma área de quase 400 mil hectares. O maior deles, a Chapada dos Veadeiros, é um dos destinos de ecoturismo mais procurados do país, famoso por suas cachoeiras e praias de água doce que também reforçam a importância de preservação dessa zona: mais do que render mergulhos deliciosos no calor do Centro-Oeste, as nascentes ajudam a sustentar o ecossistema marcado por grande diversidade de fauna e flora.
6. Reservas de Mata Atlântica do Sudeste (SP e PR)

Não se engane com o nome: apesar de estarem inscritas com menção à região Sudeste, as reservas se estendem por São Paulo e Paraná, já no Sul. São 25 áreas protegidas, compreendendo uma faixa que vai da Serra da Jureia à Ilha do Mel. A região é marcada por áreas serranas em frente ao litoral e inclui dunas e ilhas costeiras, com cerca de 470 mil hectares inscritos na lista da Unesco em 1999.
7. Parque Nacional do Iguaçu (PR)

É o mais antigo Patrimônio Natural do Brasil, incluído na lista da Unesco em 1986. A zona que inclui as Cataratas do Iguaçu é a maior área de Mata Atlântica remanescente e um dos Parques Nacionais mais visitados do país.
Ao todo, são quase 200 mil hectares tombados a cerca de 17 km do centro de Foz do Iguaçu, conservando uma ampla biodiversidade ameaçada e as fascinantes quedas d’água espalhadas por uma largura de 2,7 mil metros.
Bônus: um Patrimônio Misto em Paraty e Ilha Grande (RJ)

Paraty e Ilha Grande, no Rio de Janeiro, são até o momento o único Patrimônio da Humanidade localizado no Brasil que se enquadra como “Misto” – ou seja, é tanto um bem Natural quanto Cultural. Esse reconhecimento excepcional é bem mais recente, de 2019, e na parte da natureza leva em conta o Parque Nacional da Serra da Bocaina, o Parque Estadual da Ilha Grande, a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu.
Já a importância cultural é garantida pelos sítios arqueológicos com vestígios de ocupação humana que datam de 4quatro mil anos, além de tradições preservadas por comunidades tradicionais que seguem vivendo na região.
Fonte: viagemeturismo.abril.com.br