A falta de compartilhamento de informações é um dos motivos apontados para a precarização dos dados. “Quando uma pessoa morre por morte violenta, o médico legista, muitas vezes, não consegue apontar as razões para o evento. Com isso, as secretarias de saúde pedem ajuda às polícias. A falta de dados vai desde o município até o Ministério da Saúde”, diz Daniel Cerqueira, pesquisador do Ipea.
O número de homicídios ocultos “coloca em xeque” os registros oficiais de homicídios no país. “Houve uma redução no número de assassinatos, mas, talvez, não nos patamares informados pelos órgãos oficiais”, afirma Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
São Paulo foi o estado com maior número absoluto de homicídios ocultos em 2021. Foram 2.379 mortes com características de assassinato. Em 2011, no início da série histórica, foram 1.216. Isso significa uma alta de 95,6% no período analisado.
Homicídios registrados
O Brasil registrou 47.847 homicídios em 2021, o que corresponde a uma taxa de 22,4 mortes por 100 mil habitantes. Os dados foram obtidos com base no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.