Em entrevista a Opera Mundi, ele afirmou que “o clima na cidade de Tibu é de otimismo, mas com certa cautela. A população local entende que se trata de uma guerra que já dura anos, e será preciso tempo para se chegar a acordos, mas existe a disposição de dialogar entre todas as partes presentes no evento”.
O ativista também comentou as recentes declarações de Iván Mordisco, afirmando que, apesar das ameaças, “o EMC mantém sua disposição, assim como o presidente Petro”.
“Para estabelecer a paz são necessárias prudência e moderação, evitando especulações dos inimigos do processo. O governo tem sido reservado acerca da questão do decreto, mas presume-se que ele será abordado durante a instalação da mesa, neste domingo”, afirmou Corredor.
Como funcionará o processo de paz
Segundo o governo colombiano, o processo de paz com o grupo dissidente EMC será acompanhado por um Mecanismo de Supervisão, Monitoramento e Verificação.
Esse órgão será responsável, entre outras coisas, por divulgar o calendário de atividades e promover um plano de fomento à participação da sociedade civil no processo, especialmente entre as comunidades rurais do interior colombiano, onde a guerra civil esteve mais presente.
O acordo alcançado estabelece que esses protocolos e mecanismos que irão reger durante a negociação do acordo de paz “deverão ter como referência o respeito ao Direito Internacional Humanitário e em particular ao Protocolo II de 1977, adicional às Convenções de Genebra de 1949, que consiste em defender a ‘preservação da vida, dos direitos e das liberdades da população civil como um todo, e evitar o impacto humanitário particularmente nas comunidades e povos étnicos, territoriais, camponeses e outros grupos de proteção especial”.
O EMC também anunciou que pretende libertar três soldados do Exército colombiano: Edwer Paz Pantoja, Nelson Vásquez Reina e Juan David Estrada Suárez, que estão sendo mantidos como prisioneiros desde meados de agosto.
O combatente de codinome “Andrey”, outro porta-voz do EMC, afirmou que a libertação dos militares deve ser vista como um “gesto de boa vontade” por parte do grupo guerrilheiro com respeito às negociações de paz.