“Ficamos muito tocados ao ouvir o relato”, disse Moro. Mary Shohat e Hen Maluf Nisenbaum — respectivamente, irmã e filha de Michel Nisenbaum, único brasileiro ainda em poder do Hamas — descreveram, emocionadas, o sofrimento da família e foram cumprimentadas pelos senadores.
Mas foi Lula quem saiu na foto. No começo da noite, o presidente postou um registro do encontro com as familiares nas redes sociais. Na imagem, os três seguram uma foto de Michel, cercados por flores e iluminados pela luz natural que vem da janela.
Os senadores fizeram críticas à posição de Lula mediante o conflito. Na presença do presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil), Claudio Lottenberg, e do embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar, cobraram do governo o reconhecimento do Hamas como “grupo terrorista” e “gangue”, nas palavras de Sergio Moro.
“O governo brasileiro distribui afagos ao terrorismo”, discursou o senador Marcos Rogério (PL/RO). O bolsonarista chamou Lula de “sociopata” e disse que faltava “equilíbrio” e “discernimento” ao presidente. Moro afirmou que “o Brasil não tem presença estratégica no Oriente Médio”.
Apesar do clima hostil, o líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT/BA), pediu a palavra durante a sessão. Ele anunciou que, ao fim do evento, Lula receberia Mary Shohat e Hen Maluf Nisenbaum em seu gabinete.
Recebi hoje, no Palácio do Planalto, Mary Shohat e Hen Mahluf, a irmã e a filha de Michel Nisembaum, brasileiro sequestrado pelo Hamas. Expressei minha solidariedade e falei dos esforços que o governo brasileiro têm feito, junto aos países da região, para a libertação dos reféns.… pic.twitter.com/chtMv7A1ij
— Lula (@LulaOficial) December 11, 2023