Corrêa diz que encontrou um cenário caótico na Abin e que os sistemas de inteligência não funcionaram para alertar sobre o risco de atos golpistas.
As informações estavam claras, mas o funcionamento era caótico. Não vou tornar público meu diagnóstico. Vou fazer as correções. Desenhamos a solução, foi discutida e houve anuência do presidente. Agora, temos um projeto para botar isso para funcionar.
Precisamos de uma Abin compatível com o peso do Brasil na geopolítica. Quero que a agência cumpra o seu papel.
Diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa
Corrêa diz que a Abin não foi bem cuidada por nenhum governo pós-redemocratização. A crítica inclui governos petistas. “Falei e repito: todos os governos depois (da redemocratização) não trataram a atividade de inteligência devidamente. O meu problema é a inteligência. A atividade foi malcuidada. Isso ocorreu por razões óbvias: a desconfiança de que o serviço servia só para vigiar pessoas, contrariava interesses do Estado, uma questão cultural”.
Ele diz que a Abin tenta estudar o fenômeno de movimentas extremistas. “O extremismo não é compatível com a democracia. Ele se manifesta no aspecto ideológico e por outras motivações também, e isso leva a outras coisas como atos violentos nas escolas”.