Santiago Ribeiro expõe maquetes sobre o religioso João de Camargo

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A estreia da mostra será aberta ao público, gratuitamente, no próximo dia 19, na Fundec

O artista plástico Santista Ribeiro estreará mais uma exposição com suas incríveis maquetes e colagens. Com sua versatilidade, a exposição “Nhô João de Camargo, o Santo da Água Vermelha” poderá ser conferida a partir do dia 19 de julho, às 20h, na Fundec. O projeto foi contemplado pelo PROAC nº 09/2022, da Secretaria Estadual de Cultura.

Com cinco maquetes e 30 colagens, todo o trabalho que retrata a vida de João de Camargo demorou sete meses para ficar pronto, sendo a terceira e quarta obras as que tiveram mais dedicação. “A última, por retratar a igreja atualmente, foi a que mais requereu tempo, por sua complexidade de detalhes e mede 1,13m X 1,40m”. Para dar vida a esse resgate da história, Ribeiro usou diversos materiais, como madeira, papelão, papel paraná, argamassa, terra, areia e papel ondulados”.

A ideia de construir, em forma de miniaturas, a história de João de Camargo surgiu da necessidade do artista contar uma Sorocaba mística. “Escolhi João de Camargo como pano de fundo para falar de resistência preta e tolerância religiosa. Ainda vivemos tempos de preconceitos e perseguições de negros e pessoas que seguem as religiões de matriz africana e por conta disso, o respeito é a mensagem que quero deixar com essa exposição. O respeito à fé do próximo”, sintetiza Santiago.

O artista conta que precisava colocar na arte uma cidade ecumênica, pois já retratou Sorocaba em outros ciclos como o Tropeirismo e a industrialização, mas faltava retratar o ponto de vista da fé”. “Falar dessa temática é um desejo antigo, mas a real inspiração veio de uma leitura recente, de um livro de Adolfo Frioli, em contar a história dessa personalidade em forma de linha do tempo: da capela até a igreja, localizada na Barão de Tatuí, no bairro Vergueiro”.

A preservação da história foi a maior preocupação de Santiago durante todo o processo de criação. “Os detalhes foram o maior desafio e também as maiores descobertas para mim. Há uma mistura de elementos barrocos com neoclássicos que deram a entender que cada pessoa que ajudou a construir aquele lugar, colocou um pouco do seu entendimento na igreja”, analisa. O templo foi levantado por cidadãos pretos e hoje sofre com o abandono em forma de rachaduras e avarias, mesmo com comunidades negras e entidade espírita beneficente que cuidam de seu patrimônio.

Durante a fase de pesquisa, o artista contou com a ajuda do historiador José Rubens Incao, que visita periodicamente a igreja e que será o palestrante da mostra itinerante, que depois da Fundec, passará por mais quatro espaços com a duração de 15 dias cada, sendo eles: Biblioteca Infantil, Shopping Cianê, a Biblioteca Aloísio de Almeida (Uniso Cidade Universitária) e encerrando seu ciclo na Igreja João de Camargo.

A intenção é doar as maquetes para a Igreja João de Camargo ou para as comunidades negras que cuidam do local após o fim da mostra.

As maquetes
Abaixo o nome de cada obra da exposição:

A Capela do Senhor Jesus do Bonfim
A Ermida da Água Vermelha
A Vila do Papa Negro de Sorocaba
Resistência Preta
Uma Vela para o Alfredinho

João de Camargo
A história desse personagem, que nasceu em Sarapuí em 1858, conta com perseguições, prisões e ao mesmo tempo, muito acolhimento. Negro e escravo, viveu em Sorocaba, onde levantou a Igreja do Bom Jesus das Águas Vermelhas e com o seu sincretismo religioso ele curou milhares de pessoas, com os pilares da humildade e doação.

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