No Brasil, o Implanon NXT® é o único implante anticoncepcional aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) até o momento da publicação deste artigo. Liberado desde 2009, o método contraceptivo foi incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2021, atraindo ainda mais o interesse público.
Com a vantagem de ser bastante duradouro, o Implanon atrai o interesse de pessoas que pretendem interromper a fertilidade por um longo período. Continue lendo o artigo para saber mais sobre as vantagens e desvantagens desse tipo de anticoncepcional.
Índice — Neste artigo, você irá encontrar:
O que é Implanon?O Implanon é seguro?Como saber se está funcionando? Quem faz uso desse anticoncepcional menstrua?Quanto tempo o Implanon dura? Quais são as desvantagens?O que é melhor: diu ou Implanon?Como colocar?Valor e onde comprar O que é Implanon?
O Implanon NXT® é um implante contraceptivo subdérmico ou, mais especificamente, um tipo de anticoncepcional inserido sob a pele do braço e que libera hormônios sintéticos de forma sistemática no organismo.
A medicação é comercializada na forma (apresentação) de um bastão flexível, que contém 68 mg de etonogestrel.
De modo geral, o Implanon serve para evitar a maturação e liberação dos óvulos, efeito que pode durar até três anos. Além disso, altera o muco cervical, dificultando a passagem dos espermatozoides e aumentando a eficácia contraceptiva.
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O Implanon é seguro?
Sim. Ao ser liberado pela ANVISA, o medicamento é automaticamente entendido como seguro, pois já passou por diversos testes e pela aprovação da agência técnica.
Atualmente, o implante tem se tornado uma das principais opções para pessoas que não desejam ou não podem usar estrogênios, como as pílulas combinadas, por exemplo.
No entanto, como acontece com qualquer outro método contraceptivo, existem riscos e possíveis efeitos colaterais associados ao uso do implante. Converse com seu(a) ginecologista para saber se o Implanon é o método mais adequado para você, considerando seu histórico médico e demais particularidades do seu corpo.
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Como colocar?
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que o Implanon não pode ser auto-implantado, ou seja, este é um procedimento que deve ser obrigatoriamente realizado por um(a) médico(a) familiarizado(a) com a técnica de inserção.
No consultório, o especialista irá pedir para a(o) paciente deitar-se de costas, com o braço não dominante estendido para fora, expondo a parte interna superior do membro, onde acontecerá a inserção. Em seguida, a região escolhida será desinfetada e anestesiada.
Após a preparação, uma agulha será inserida diretamente sob a pele, com um movimento paralelo à superfície, para aplicação do implante.
Realizada a inserção, o(a) profissional de saúde irá apalpar a região e verificar a presença do implante. Caso não seja palpável, outros métodos terão que ser utilizados para confirmar (ou não) se a aplicação ocorreu conforme o esperado.
Ao final do processo, um curativo é aplicado no local da punção. Além disso, a(o) paciente recebe um cartão contendo informações sobre o procedimento, cuidados necessários e a data máxima para a retirada ou substituição do implante.
É importante lembrar que, até a presença e eficácia do dispositivo serem confirmadas, é necessário usar um método anticoncepcional de barreira, como preservativos, por exemplo.
Qual é o valor da medicação?
A Consulta Remédios, maior marketplace de farmácias do Brasil, permite aos usuários pesquisar e comparar diversos medicamentos para encontrar o produto ideal e os preços mais baixos.
Na plataforma, o Implanon NXT® pode ser encontrado com valores que variam entre R$ 740,61 e R$ 1.321,84*.
No SUS, o contraceptivo é fornecido gratuitamente para mulheres em idade reprodutiva, desde que tenham entre 18 e 49 anos. Na rede pública, o implante é uma prioridade para pessoas em situação de vulnerabilidade:
Moradoras de rua;Pessoas soropositivas em uso do dolutegravir;Em uso da talidomida ou aminoglicosídeos para o tratamento da tuberculose;Pessoas privadas da liberdade;Trabalhadoras do sexo, por exemplo.
*consulta realizada em junho de 2023
Como saber se está funcionando?
A palpação é o primeiro método utilizado para verificar a presença do implante. No entanto, se houver dúvidas ou dificuldades para averiguar sua localização, o(a) médico(a) poderá recorrer a exames de imagem para confirmar se o implante foi devidamente inserido sob a pele (ou se precisará ser removido).
A bula indica que o implante, quando corretamente inserido, pode ser facilmente palpável, teste que pode ser realizado pela(o) própria(o) paciente. Não sendo possível sentir, poderá ser solicitado pelo menos um dos seguintes exames:
Poderá ser solicitado também um exame laboratorial de sangue para verificar os níveis hormonais e outras taxas da pessoa após a inserção do implante.
Quanto tempo o Implanon dura?
O Implanon dura no máximo 3 anos. Durante esse período, recomenda-se manter um acompanhamento médico para garantir que outras circunstâncias não interfiram na eficácia do anticoncepcional. Passados os três anos, é necessário remover ou substituir o implante.
Quem faz uso desse anticoncepcional menstrua?
Grosso modo, o Implanon inibe a ovulação, ou seja, interrompe o processo de amadurecimento e liberação do óvulo pelo ovário. Além disso, altera o muco cervical e causa mudanças no padrão de sangramento menstrual devido ao etonogestrel, um progestagênio, um hormônio sintético com atividade semelhante à progesterona e capaz de afetar a menstruação de diversas maneiras.
De modo geral, não ocorrem ciclos menstruais normais, mas é importante apontar que cada corpo pode reagir de formas diferentes.
A bula indica que, durante o uso do Implanon, é comum ocorrerem alterações no padrão de sangramento menstrual. É muito importante que a pessoa tenha um controle do seu ciclo para poder notar essas alterações com mais facilidade.
É possível que ocorra amenorreia, termo técnico para a ausência de menstruação, mas este não é um efeito que acontece em todos os casos. O fabricante explica que cerca de uma em cada cinco mulheres chegam a relatar sangramento menstrual frequente ou até mesmo prolongado, apesar do uso efetivo do implante.
Recomenda-se verificar o padrão de sangramento durante os primeiros três meses de uso, uma vez que os efeitos observados nesse período podem servir como um indicativo de como será o ciclo menstrual durante o uso do anticoncepcional.
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Quais são as desvantagens?
As vantagens e desvantagens de cada método contraceptivo devem ser pensadas com o auxílio de um(a) profissional de saúde, considerando as intenções da pessoa, seu histórico clínico, rotina pessoal e todas as particularidades que forem pertinentes.
Dito isso, as principais desvantagens do Implanon têm a ver com os possíveis efeitos colaterais que o implante pode provocar em alguns organismos.
É comum o ciclo menstrual irregular, com sangramentos que variam de leves manchas de escape a sangramentos mais intensos. Outros efeitos comuns incluem surgimento ou intensificação da acne, dor de cabeça, aumento de peso, infecções vaginais, sensibilidade e dor nas mamas.
É possível, também, o surgimento de complicações no local do implante. Nesses casos a(o) paciente poderá notar o surgimento de dor, inchaço, coceira, hematoma, infecção, cicatrização anormal ou mesmo migração do dispositivo.
Como cada corpo pode reagir de forma diferente ao tratamento hormonal, é muito importante manter um acompanhamento profissional para controle das alterações e dos efeitos colaterais. Se persistentes, os sintomas podem levar à remoção do implante, que também precisa e deve ser realizado por um(a) médico(a).
Atenção! Assim como os demais anticoncepcionais, o Implanon não previne contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), sendo recomendado o uso de preservativos mesmo com o implante.
O que é melhor: DIU ou Implanon?
O DIU (Dispositivo Intrauterino), o Implanon (implante contraceptivo) e todas as demais opções contraceptivas devem ser escolhidas de acordo com a individualidade de cada paciente. Além disso, é recomendável que a decisão seja tomada junto a um(a) ginecologista.
Dito isso, podemos apontar algumas das principais características de cada método, destacando as vantagens e desvantagens para comparação.
Os dois métodos têm formas de aplicação distintas, informações que podem ser fundamentais na hora de decidir o ideal. O DIU é um dispositivo em forma de T que é inserido no útero e demanda acompanhamento profissional para verificar periodicamente sua eficácia.
Além disso, há relatos de que o DIU pode ser acidentalmente deslocado, o que costuma ser uma desvantagem do método. O Implanon, por outro lado, é um pequeno implante flexível que fica sob a pele do braço, podendo ser apalpado pela(o) paciente.
Quanto à duração, o DIU tem vantagem, uma vez que pode ser eficaz por vários anos, dependendo do tipo utilizado. Os DIUs hormonais podem durar até 5 anos, enquanto os DIUs de cobre chegam a ter uma eficácia de até 10 anos. Já o Implanon precisa ser substituído ou removido após 3 anos.
Os dois métodos também usam os hormônios de maneiras distintas: o DIU hormonal libera progestagênio diretamente no útero, controladamente, e o Implanon libera os hormônios no corpo, de forma programada e sistemática. Apesar disso, ambos os métodos causam menstruação irregular.
A reversibilidade da fertilidade também é um ponto a ser considerado, principalmente para pessoas que pretendem engravidar no futuro. O DIU e o Implanon podem ser removidos a qualquer momento, mas a restauração dos ciclos podem variar de uma pessoa para outra, dependendo das particularidades de cada organismo e do histórico de uso dos contraceptivos.
Leia também: Quais as vantagens e desvantagens do DIU?
O Implanon NXT® é um método contraceptivo de longo prazo que tem ganhado visibilidade pela praticidade do método. Opção alternativa aos anticoncepcionais comuns, o implante não garante a amenorreia e não dispensa acompanhamento de um ginecologista.
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Referências